Brasília, Capital do Brasil. Com suas linhas retas e simples, espaços vazios criados por Lucio Costa e as surpreendentes curvas criadas por Oscar Niemeyer, tornaram Brasília uma pedra milhar do mundo moderno. Nesta cidade de administração e "fria" burocracia, um ex lavador de carros descobriu as cores e o sentido geométrico que estavam por trás do urbanismo criado por estes dois gênios.
Autodidata, Hosana, nunca fez aulas de pintura nem conheceu grandes nomes das artes plásticas. Ele foi lavador de carros durante sete anos no estacionamento da Câmara dos Deputados, depois de ter deixado Recife sua cidade natal e ter tentado se estabelecer no estado de São Paulo, chegou ums 20 nãos atrás na Capital. “Gosto tanto daqui que devo meu trabalho à arquitetura de Brasília”, define.
O início da carreira de Hosana foi em 2003. "Quando trabalhava no estacionamento, muitos me diziam que o espaço de exposições da Câmara não era lugar para mim, só para grandes artistas. Mas nunca desisti. Tanto que minha primeira exposição foi lá”, afirma, orgulhoso.
Na composição das telas de Hosana Bezerra, pode se claramente notar a influencia das ruas e monumentos da cidade.
“Acredito que a assinatura do artista é o estilo. O meu são as formas geométricas. Como nunca estudei artes, acredito que o gosto pela geometria veio por causa dos contornos simétricos de Brasília”, explica.
As cores fortes e o traço dos quadros de Hosana Bezerra lembram as obras de Romero Brito. “Dizem que meu trabalho se parece com o de Rubem Valentim. Não gosto de comparações, mas se, de alguma forma, estão encontrando semelhanças entre minha pintura e a de grandes nomes da arte, só tenho a agradecer”, diz o artista.
Hosana Bezerra já participou de inúmeras mostras na cidade. A boa aceitação do público permitiu que ele parasse de trabalhar no estacionamento. “A vida de artista em nosso país, principalmente em Brasília, não é fácil. Graças a Deus, estão começando a valorizar minha obra e estou sobrevivendo da arte.”
Nossa galeria tem a honra de apresentar alguns trabalhos deste artista, um homem simples e humilde mas de grande dignidade, que entra com todo direito entre os artistas plásticos de Brasília.
