sábado, 18 de abril de 2009

Salão Internacional do Móvel de Milão - Casa, mudam quartos e hábitos


Traduçao da materia de Rita Querzé
 no CORRIERE DELLA SERA – 18 de Abril 2009

Grandes cozinhas, banheiros, declinio dos armários. Crescem os consumos dos italianos na área de interiores.

MILAO – A Itália que resiste contra a crise – e que tem ainda um mínimo de vontade de gastar – recomeça pela casa. O sinal veio nos dias passados do Cosmit, entidade organizadora do salão do móvel de Milão. “Apesar do tsunami econômico global tem atingido o setor de Interiores, este ano não só todos os espaços já foram vendidos mas ficam na lista de espera 491 empresas, para mais de 30mil metros quadrados”, disse o presidente, Carlo Guglielmi.

Antes do setembro negro das Bolsas, o desafio do setor era de pisar ao maximo no acelerador da internacionalização. Hoje se a decoração pode ver o final do túnel è graças ao mercado interno (italiano). «Nos primeiros três meses do ano os pedidos do exterior reduziram-se do 40 por cento, diz Rosario Messina, presidente da FederlegnoArredo – A redução daqueles italianos limitou-se só em menos do 20 por cento. O mês de março então foi aquele da virada para o mercado italiano. Contamos que os pedidos internos voltem aos níveis pre-crise antes do mês de julho. Mais longo vai ser a recuperação no exterior». Se os italianos não cortaram as despesas para a casa como esta acontecendo, por exemplo, com a vestimentaria, a razão seria na necessidade de te rum lar protetivo e aconchegante no qual se proteger dos ventos da crise. «O grau de satisfação dos italianos em relação à casa, è o mais alto na Europa. Maior do que dos ingleses, espanhóis, alemães e franceses», faz notar Matteo Abis da Mak­no, e,presa que por meio do observatório Housing Evolution monitora as tendências do morar. «Enquanto os indicadores de satisfação referentes ao trabalho, consumos, renda e serviços estão em declínio, aqueles que se referem ao mora resta em crescimento constante», continua Abis. O fenômeno è confirmado por uma pesquisa de Renato Mannheimer para Cosmit: o 27 por cento dos italianos fica determinado em renovar um ou mais ambientes entre o 2010.

A SEGURANCA DOS CLASSICOS – O que vão comprar os sobreviventes do shopping da decoração? Primeira tendência: ir no que è certo e seguro. Muitas marcas estão propondo de novo os próprios clássicos, talvez revistos, para atrair os consumidores que querem objetos que vão manter alto o valor no tempo. E peças de decoração de dimensões menores. Menos invasivas para se inserir nas casas sem precisar de uma mudança total da decoração. Confirma-se também o ecodesign. Que afinal significa design ecológico, com materiais, tintas e colas atóxicas. «A decoração "bio" não conseguiu ainda conciliar os materiais naturais com uma estética satisfatória. A pesquisa artística e projetual vai continuar nesta direção nos próximos anos», prevê o arquiteto e designer Andrea Branzi. Cada vez mais vão ser propostos objetos niquelados emves de cromados (maçanetas e puxadores, por exemplo) porque as cromaduras poluem. «Procuramos criar produtos que sejam desassemblaveis de maneira que quando terminam o próprio ciclo de vida, se pode reciclar cada peça», exemplifica o arquiteto-designer Mario Bellini. Em mudar os equilíbrios das casas do futuro vai contribuir o uso difuso das novas tecnologias. «Com os sistemas wireless o espaço computador não vai ser mais necessário. Leva-se o PC aonde for mais cômodo, no quarto de dormir até a cozinha. E quando não serve mais, coloca-se-o em uma gaveta», continua Bellini. Que junta: «Os televisores finos como quadros entrarão mais facilmente em cada quarto. Pantalhas para ver televisão como também para entrar na Internet. Para controlar uma receita, reservar uma viagem ou dar uma olhada às previsões do tempo». 



VOLTA AO LAR – Olhando a casa ambiente por ambiente, dois são os espaços em evolução: o banheiro e a cozinha. Confirma-se a tendência das salas de banho em todos os sentidos, com poltronas para relaxar-se, banheiras com hidromassagem, duplo chuveiro e obras de arte nas paredes. «O banheiro è o lugar da representação de si, mais ainda do que a sala, diz Arturo Dell' Acqua Bellavitis, diretor do departamento Indaco (Industrial Design, Artes, Comunicação e Moda) do Politécnico de Milão - . Claro, depois tem-se que fazer os cálculos com o espaço. O segundo banheiro esta cada vez mais indispensável. Renuncia-se até ao bidê, para obte-lo». Os sociólogos afirmam como a cozinha esta ficando o centro da casa. “Há já muito tempo que a sala não existe mais, ao redor do fogão recebe-se com prazer os hospedes de maneira informal. E a crisi reforça esta tendência, conta Dell'Acqua Bellavitis do Politécnico de Milão. Claro, preparar uma cozinha de revista custa. Orçamentos de 100mil euros não são uma raridade. E para certas cozinhas são necessários os espaços e a predisposição das instalações. "Quem pede cozinha muito grandes e com ilha central são em cerca o 20% de nossos clientes – conta Nino Anzani de Poliform -. Cada vez mais a cozinha comunica com a sala, talvez por meio de paredes corrediças”.

JOGOS DE LUZES – Uma área que promete muitas novidades è aquela da iluminação. «As novas tecnologias nos permitem soluções até ontem inimagináveis», conta Piero Gandini, presidente da Flos e de Assoluce, associação das empresas do setor de luminárias. Alguns exemplos? «Lâmpadas que mudam de cor para aproveitar dos efeitos benéficos da cromoterapia, sistemas de iluminação que tem variação gradual, dia por dia, a tonalidade da luz de quente (no inverno) em fria (no verão) para melhor valorizar os ambientes ao mudar de época », responde Gandini. A possibilidade de criar verdadeiras e luminosas cenografias próprias levou, especialmente nos paises anglo-saxonios, em juntar ao arquiteto um novo profissional, o lighting designer. Mas na Itália esta tendência esta começando a surgir somente agora. Claro, decorar custa. O fenômeno das peças de design de produção limitada e, conseguintemente, de preços elevados esta aumentando. «Verdade. Mas não è este o único caminho –conclui Mario Bellini -. Existe também um design low cost, aplicado a objetos realizados com materiais pobres. Mas sempre prazerosos e funcionais. Para ajudar a todos concordar com seu próprio bolso».